1 de outubro de 2010
purpurina
E eu olhava nos teus olhos,que hoje pareciam azuis,eles não mentiam. estávamos lá,perto da entrada do show,seus olhos que antes refletiam meus sorrisos agora fugiam dos meus olhos que perguntavam confusos o que tinha acontecido para tamanha mudança. era ela. sempre foi ela,a dona do brilho dos teus olhos. então olhei pra baixo para não veres que os meus sorrisos tinham virado água de mar que corria pelas minhas bochechas. botei a mão no bolso e senti a purpurina. então me lembrei do dia em que dormistes lá em casa e me sujastes de purpurina roxa,que segundo você era a poeira dos meus sonhos. e ao me lembrar disso,dessa lembrança tão boba,percebi que um sorriso nascia por debaixo das lágrimas que não paravam de cair. você,parado na minha frente com a cabeça nela e eu com o bolso,os sonhos,os dias atrás na cabeça. olhastes pra mim,com olhos tão cheios de tristeza por causa dela. e então antes que eu fizesse algo,me abraçastes e me cobristes por inteiro. nos olhamos por algum tempo e conversamos com os nossos olhos. aquele era o fim. não ouvíamos a música que tocava no fundo,não ouvíamos mais nada. respirei fundo e te soltei pro mundo,pra ela. enquanto você andava e levava partes de mim contigo,lembrei que faltava algo. corri em tua direção,peguei um pouco de purpurina e joguei na tua mão,pois aquela poeira brilhante não era minha,tinha partes tuas também,era a poeira dos nossos sonhos que ficaria guardado pra sempre em mim,e agora,em ti também.