20 de agosto de 2011

Olá você que nunca está presente. O gosto da vodka ainda está nos meus lábios. Você me ensinou a odiar os meus textos. Me rasgar pra rasgá-los. Meus ossos doem. A janela está embaçada e você nas ruas da cidade. Eu achei que você seria diferente, mas como os outros, você mostrou-se diferentemente igual. É sempre a mesma história. Aquele disco riscado que me deixa com enxaqueca. Você sabe como eu fico quando eu to com enxaqueca. Eu faço tudo pra chamar tua atenção mas só a tenho por segundos. E mesmo assim, ainda deves pensar nela. Ela que nem precisa de nome mais. Já virou uma entidade. Ela. A razão de todos me deixarem. Ela sorri e eu continuo aqui, alimentando transtornos psicológicos. A culpa é sempre dela. Acho que eu sou ela. Se o lobo é o homem do lobo, eu devo ser a protagonista da história que conto. Eu ando na chuva. Hoje andei 3 quilômetros na chuva. As gotas viraram navalhas e cortavam a minha pele. O frio me congelava e me fazia sorrir de leve. Naquele tempo todo pensei em como você poderia ter me feito bem. Me libertado. Mas só me afundou mais na fossa, na bossa, na minha grande dor. Agora eu era um buraco negro. Sugava luz e energia no espaço. Todos viravam bolo alimentar. Aprendi a ouvir o vento e você a inventar desculpas. Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa-postal. Minha chamada e meus cartões-postais na sua caixa-postal ficam envelhecidos e amarelados. Um dia você vai me procurar no meu quarto e uma mala estará faltando. Desaprendi a dar títulos.