14 de setembro de 2011

Nosso romance imaginário tinha lágrimas de verdade. De olhos fechados, pensávamos que nos escondíamos do mundo quando antes de mais nada, nos escondíamos de nós mesmos. As palavras trocadas eram digitalizadas. Os olhares, sujos de pixeis, brilhavam sem um motivo aparente. Deitada na cama fria, com os lábios pintados e o vestido mais bonito, eu esperava você chegar e o chegar nunca chegava. Eu deveria passar a dormir mais porque nos sonhos eu posso segurar suas mãos e olhar teus verdes olhos verdes que não tem meu reflexo. O pra sempre de cada noite vaga que ocupava mais espaço na memória, só fazia o sentimento crescer e pesar mais no meu peito. A culpa era do sereno. Sempre foi o sereno. Quanto mais sereno o amor, mais fatal. Ele vai nos sufocando aos poucos até o ponto de precisarmos dele para respirar.