12 de agosto de 2011

Crescemos separados. Juntos voltamos a ser crianças perdidas na cidade. Nossas músicas preferidas falam de tristeza. Não gostamos de finais felizes porque aprendemos na infância que eles não existem. Temos coisas em comum. Eu escrevo. Você escreve. Eu fotografo. Você fotografa. Eu tenho medo. Você tem medo. Eu preciso usar lentes de contato. Você também. Eu gosto de andar de ônibus. Você gostaria de andar mais. Eu gosto muito de você. Você é confuso demais. Antes eu não dormia nunca. Agora passo metade do dia dormindo e a outra metade com enxaqueca. Eu acordo e te procuro entre os lençóis branco-sonho. Acordo de novo e minha cama florida está com feixes de luz que escapam da persiana. Minha cama vive vazia mesmo quando estou sobre ela. Eu não sou boa em escrever, fotografar e muito menos em gostar de você. Sei que outras já te gostaram mais e melhor. Há 5 dias perdi minha lucidez por aí. Aquela música do Caetano me deixa amargurada, faz com que eu os meus vinhos lábios fiquem com gosto de lágrimas misturadas com vinho tinto. Os mesmos lábios que jamais tocaste. Não consigo ganhar nesse teu jogo.